ROSENLAUI, a Suíça do Sherlock Holmes.

Que a Suíça é um país de belezas encantadoras muitos de nós já sabemos, mas mesmo assim, ainda existem lugares por aqui que mesmo diante dos nossos olhos nos causam estupor tamanha a perfeição.

Montanhas pontiagudas que se erguem sobre vales, riachinhos que nascem do desgelo das geleiras, cachoeiras emolduradas por pinheiros, grutas, cânions, chalés de madeira no mais típico estilo Suíço e muita paz. Assim é Rosenlaui, esta pequena Aldeia localizada no meio dos Alpes Berneses, próxima à Meiringen (a cidade dos famosos doces suíços que no Brasil conhecemos como suspiros) é considerada a menor da Suíça.

Era um sábado de inverno ensolarado e decidimos tentar visitar este lugar novamente. Há dias aquela clássica foto do Klein Wellhorn aparecia pra mim nas redes e a minha vontade só crescia. Esta montanha, que se traduzíssemos para o Português o seu nome significara “Pequeno Búzio”, se destaca na paisagem de Rosenlaui por ser tão pontiaguda e estar centralizada por onde vemos o riacho escorrer pelo vale. A sua elevação mede 2.701 metros e ela pertence ao conjunto dos Alpes Berneses. É um deslumbre!

A localidade é realmente muito pequena, não vá esperando encontrar uma cidadezinha. O que faz deste lugar um cantinho especial é realmente a vida selvagem que abriga nele, a natureza na sua mais bela forma compondo o parque onde está localizada. Então prepara os sapatos e pernas pra que te quero!

trilhas da suica

COMO CHEGAR A RONSELAUI


DE CARRO: assim que coloquei “Rosenlaui” no GPS apareceram 3 rotas diferentes. Umas bem absurdas com no mínimo o dobro de tempo até o destino. Escolhemos a mais rápida, que daqui de casa até lá levaria cerca de 2 horas e seguimos viagem.

A maioria do percurso é super tranquilo de ser feito, estradas bem asfaltadas e bem sinalizadas, com espaço suficiente para os carros, até chegarmos no ponto de onde é cobrada a taxa de acesso ao Vale (no valor de 8 francos e que seria uma espécie de ticket de estacionamento revertido para a manutenção da estrada), na localidade de Zwirgi. Pare na cabine automática e efetue o pagamento pois é a sua única chance de fazê-lo.

A partir deste ponto a estrada começa a ficar um pouco mais difícil, bem mais estreita e no dia que fomos tinha muita neve. Em um determinado ponto há placas informando sobre a necessidade de se usar correntes nos pneus. Nosso carro tem tração nas 4 rodas, tínhamos pneus de inverno mas mesmo assim ele patinou e vou lhes dizer, que frio na barriga! Porque de um lado, por horas, se ergue um rochedo enorme, do outro o precipício se abre, e aí vem a parte mais emocionante: tem um ônibus que roda neste trajeto e você vai se arrepender de ter ido quando der de cara com ele e tiver que dar marcha ré naquela pista (rindo pra não chorar e claro que vc só vai pensar que se arrependeu, mas acredite, valerá à pena).

Além do ônibus há carros indo e vindo à todo momento e alguns deslizam ao freiar vindo na sua direção. É realmente perigoso. Então vá consciente, deixe alguém de mais experiência dirigir caso vá no inverno e esteja munido das correntes. Sem a neve fica muitooo mais fácil.

Quando enfim o vale vai se abrindo à sua frente, o Klein Wellhorn aparece estonteante no horizonte, as águas que escorrem da geleira servem de trilha sonora (bem épica eu diria), todo o sufoco do caminho fica para trás e cede espaço ao fascínio! Que lugar meus caros, que lugar!!!

DE TRANSPORTE PÚBLICO: você vai conseguir ir de trem até Meiringen ou Grindelwald. A partir de Meiringen você precisará pegar um ônibus até o Gletscherschlucht Rosenlaui. A partir de Grindelwald o seu ônibus irá até Schwarzwaldalp, dalí você precisa pegar outro até Gletscherschlucht Rosenlaui.

No aplicativo da SBB você consegue comprar a passagem, porém o trajeto está disponível somente de quinta-feira à domingo com uma limitação horária.

HIKING: se você é fã da modalidade vai amar esta alternativa. Dá para iniciar a caminhada em Meiringen e seguir por cerca de 3 horas até o destino, que está a 9.7km. Outra alternativa seria saindo de Grindelwald/Grosse Scheidegg (Via Alpina – Stage 10). São cerca de 6.3 km e você levará entre 1 e 2 horas até Rosenlaui (depende do condicionamento físico e claro das paradas que fará para apreciar a vista).

O QUE FAZER EM ROSENLAUI


Além de ficar horas babando naquela paisagem incrivelmente linda? Bem, não faltarão surpresas neste passeio.

A GELEIRA: começo falando dela pois as outras duas principais atrações naturais do local surgiram por causa da geleira. Ela é relativamente pequena, em 1973 possuía 6,14 km² mas atualmente tem cerca de 5 km² de extensão. Mas não deixa de ser linda. Pegamos ela num dia de sol e que espetáculo!

Quem me segue no instagram viu o sufoco que foi passar por dentro da gruta que estava com o chão congelado e muito (MUITO) escorregadio. Tem uma corda de apoio ficada no rochedo, mas o escuro lá dentro e a corda balançando a cada derrapada, dando a impressão que eu ia cair de cara no muro, até chegar num ponto de observação que nos deixou de queixo no chão.

DICA: se for no inverno vá com bastões e sapatos adequado para situações como esta. Ah, e é sempre bom ter consigo bebidas e lanchinhos.

alpes suicos

AS CATARATAS DE REICHENBACH: esta queda d’água que possui 7 níveis tornou-se mundialmente famosa depois que o escritor Sir Arthur Conan Doyle, médico e escritor Britânico, pai dos romances criminais e quem deu vida ao queridinho Sherlock Holmes, narrou a cena da morte do detetive exatamente alí, quando ele teria caído da plataforma acima do ponto mais alto da cachoeira, com cerca de 120 metros de altura após uma luta com o Professor Moriarty. Sir Arthur conheceu este lugar em 1891 durante uma visita à Suíça ao lado da sua esposa. Se der tempo aproveite para visitar o Museu do Sherlock Holmes.

O local pode ser encontrado através de uma viagem com o nostálgico teleférico de madeira (construído em 1899) ou a pé saindo do Hotel Zwirgi. Ele também pode ser combinado com outro tour, o do Cânion Aare.

O DESFILADEIRO: monumento natural de importância nacional, formado por paredes rochosas altas 80 metros, é a garganta que abriga as águas que derretem dos desgelo e percorrem esse caminho de mistério e beleza até se transformarem no riacho de Reichenbach.

O desfiladeiro está aberto ao público durante o verão, após passar por uma inspeção na primavera que irá garantir a segurança de todos durante as visitas. Caminhar por entre os seus muros e perceber como a água foi, ao longo dos anos desenhando aquelas rochas é interessantíssimo! A visita começa no quiosque onde você irá comprar o ingresso e terminará em um ponto a 20 minutos (a pé) dalí.

Além deles existem vários outros tours que podem ser combinados para preencherem o seu dia pela região. Muitas trilhas também podem ser feitas, como a do Sherlock e a do Caminho Romântico (Romantikweg) e a Trilha de Caminhada de Inverno (Winterwanderweg) por exemplo. Há sinalizações o tempo inteiro e é super fácil segui-las.

ONDE SE HOSPEDAR EM ROSENLAUI


Na aldeia está localizado o homônimo hotel, que recebe os seus hóspedes desde 1771. O Rosenlaui está a 1.330 metros acima do nível do mar e é um daqueles lugares icônicos que fazem parte da história do seu entorno. Ainda hoje preserva características de quando começou a funcionar. Não vá esperando por internet, tv ou coisas deste tipo, eles fazem questão de manter as coisas funcionando como era desde o início. Inclusive os banheiros, que são compartilhados.

O local ainda é uma ótima pedida para quem visita a aldeia durante os dias quentes de verão. Com mesinhas ao ar livre torna-se um belo refúgio para um drink refrescante ou um delicioso sorvete.

E por aqui me despeço mais uma vez de você, esperando trazer novidades em breve e claro, que quem chegou até aqui na leitura tenha curtido o passeio e podido salvar algumas dicas para quando puderem conseguirem ver com os próprios olhos este pedacinho de paraíso na terra.

Até breve! Tchüss!

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Brenda Tavares
Brenda Tavares
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